O impacto da computação quântica na próxima década e as oportunidades para a Indústria Brasileira

Com investimentos globais que ultrapassam US$ 42 bilhões e um mercado projetado para alcançar US$ 198 bilhões até 2040, a computação quântica deixa de ser uma promessa para se tornar um vetor estratégico de inovação. O Brasil, com um plano de investimento de R$ 5 bilhões, busca se posicionar neste cenário, abrindo uma janela de oportunidade para empresas que desejam liderar a próxima onda tecnológica.

A computação quântica, antes restrita aos laboratórios de pesquisa, está emergindo como uma das mais disruptivas tecnologias do século XXI. Com 2025 consagrado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quânticas, o setor atinge um ponto de inflexão, passando da fase experimental para a de estabilização e aplicação prática. O impacto esperado é profundo e transversal, com potencial para redefinir indústrias inteiras, desde a farmacêutica e financeira até a de logística e energia. Este cenário cria uma urgência para que as empresas brasileiras comecem a planejar seus investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para não perderem a dianteira na corrida pela soberania tecnológica.

Globalmente, a corrida pela supremacia quântica está acelerada. Investimentos de nações como Estados Unidos e China já somam mais de US$ 42 bilhões, enquanto o Japão e a Espanha anunciaram aportes de US$ 7,4 bilhões e US$ 900 milhões, respectivamente, apenas em 2025. Segundo projeções da McKinsey, a tecnologia quântica poderá gerar um valor econômico de até US$ 1,3 trilhão até 2035, impulsionado principalmente por avanços na descoberta de novos materiais, desenvolvimento de fármacos e otimização de sistemas complexos. O mercado de computação quântica sozinho pode atingir US$ 72 bilhões na próxima década.

O Brasil na Era Quântica: Investimentos e Estratégia Nacional

Atento a esta revolução, o Brasil anunciou um plano ambicioso para investir R$ 5 bilhões em tecnologia quântica até 2034, uma iniciativa liderada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI). O plano prevê a alocação de R$ 1,7 bilhão para a infraestrutura de laboratórios, R$ 300 milhões para a formação de talentos e R$ 1 bilhão para o desenvolvimento de sensoriamento e processamento quântico. Este movimento é crucial para combater a “fuga de cérebros” e posicionar o país como um polo relevante no desenvolvimento quântico.

Iniciativas do setor privado, como o Instituto de Ciência e Tecnologia Itaú (ICTi), e de centros de pesquisa como o CBPF e universidades como UNICAMP e UFPE, já estão criando um ecossistema fértil. No entanto, para que esses investimentos se traduzam em competitividade industrial, é fundamental que as empresas saibam como acessar e estruturar projetos de P&D que se conectem a essa nova fronteira tecnológica.

É neste ponto que a expertise em fomento à inovação se torna um diferencial estratégico. Segundo André Maieski, sócio da Macke Consultoria, “a computação quântica representa a próxima grande onda de inovação, similar ao que a inteligência artificial foi na última década. As empresas que começarem a estruturar seus projetos de P&D agora, alinhando-se às políticas de fomento como a Nova Indústria Brasil e utilizando os recursos do BNDES e da Finep, estarão na vanguarda. Nosso papel é construir a ponte entre essa visão de futuro e os instrumentos financeiros que a tornam realidade.”

Aplicações Práticas e o Papel da Macke Consultoria

A computação quântica permitirá resolver problemas hoje intratáveis para os computadores mais potentes. Na indústria farmacêutica, simulará moléculas para criar medicamentos em tempo recorde. No setor financeiro, otimizará portfólios de investimento e detectará fraudes com uma precisão inédita. Na logística, resolverá desafios de roteirização em cadeias de suprimentos globais, gerando economias massivas. Empresas como Volkswagen e Mercedes-Benz já utilizam a tecnologia para desenvolver baterias mais eficientes e novos materiais.

Para as empresas brasileiras, o desafio é duplo: compreender o potencial da tecnologia e estruturar projetos de inovação que sejam elegíveis para os mecanismos de fomento disponíveis. A Macke Consultoria, com mais de 16 anos de experiência e um histórico de mais de R$ 6 bilhões em recursos captados, especializa-se exatamente nesta interface.

Brendo Ribas, também sócio da consultoria, acrescenta: “Um projeto de P&D em computação quântica é um investimento de alto impacto, mas de maturação longa. É essencial otimizar a estrutura de capital desde o início. Seja através da Lei do Bem, que oferece incentivos fiscais significativos, ou de linhas de crédito subsidiado do BNDES e Finep, nós desenhamos a estratégia financeira para maximizar o retorno e garantir a sustentabilidade do projeto a longo prazo. A era quântica exigirá planejamento detalhado e execução precisa.”

Como se Preparar para a Revolução Quântica

O avanço da computação quântica é um caminho sem volta. Empresas que desejam se manter competitivas na próxima década precisam começar a agir agora. O primeiro passo é realizar um diagnóstico interno para identificar áreas e problemas de negócio onde a tecnologia quântica poderia gerar maior impacto. Em seguida, é crucial desenvolver um roadmap de P&D, que pode incluir parcerias com universidades e centros de pesquisa.

Com um plano estruturado, o passo seguinte é a busca por fomento. A Macke Consultoria atua como parceira estratégica nesse processo, auxiliando desde a concepção do projeto até a prestação de contas, garantindo que as empresas não apenas acessem os recursos necessários, mas também cumpram todas as exigências das agências de fomento e da legislação fiscal.

Para Angelita Nepel, sócia da Macke, o investimento em tecnologias de fronteira como a quântica é também uma questão de soberania e retenção de talentos. “Ao fomentarmos projetos de P&D de ponta no Brasil, criamos um ambiente propício para manter nossos melhores pesquisadores e engenheiros no país, fortalecendo todo o ecossistema de inovação, em total alinhamento com os objetivos da neoindustrialização.”

A próxima década será definida pela capacidade das nações e de suas indústrias de dominar a tecnologia quântica. Com uma estratégia nacional em andamento e o suporte de consultorias especializadas, as empresas brasileiras têm uma oportunidade única de participar ativamente e colher os frutos desta revolução.

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