Em um mercado cada vez mais consciente de seu papel social e ambiental, a sigla ESG (Environmental, Social and Governance) transcendeu o discurso e se consolidou como um critério decisivo para investimentos e, cada vez mais, para o acesso a financiamento público. Para as empresas brasileiras, compreender como agências de fomento como o BNDES e a Finep estão incorporando a pauta socioambiental em suas análises não é mais um diferencial, mas uma condição para acessar as melhores oportunidades de capital para inovação e crescimento. A mensagem é clara: projetos que não geram impacto positivo correm o risco de ficar para trás.

A nova lógica do fomento: impacto como moeda de valor
A era em que o financiamento público se baseava apenas em análises técnico-econômicas está chegando ao fim. Hoje, a capacidade de um projeto de contribuir para a descarbonização, promover a inclusão social ou fortalecer a governança corporativa é um fator de peso na decisão de crédito. O BNDES, por exemplo, já emitiu US$ 1 bilhão em títulos verdes (green bonds) e utiliza os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU como um dos nortes para suas operações. A Finep, principal fomentadora da inovação no país, também tem valorizado projetos que aliam avanço tecnológico a soluções para os grandes desafios socioambientais do Brasil.
Essa mudança de paradigma é impulsionada por uma forte demanda da sociedade e do mercado. Uma pesquisa da Amcham Brasil revela que 82% dos executivos brasileiros defendem que os CEOs devem liderar ativamente a agenda ESG. Do lado do consumidor, o sentimento é ainda mais forte: 94% dos brasileiros esperam que as empresas se envolvam com essas questões. Ignorar essa realidade significa não apenas perder relevância, mas também fechar portas para o capital necessário para inovar.
Instrumentos de fomento que impulsionam a agenda ESG
Diversos instrumentos de fomento já estão alinhados a essa nova lógica, permitindo que as empresas financiem sua agenda ESG por meio de projetos de inovação. Entre eles, destacam-se:
- Lei do Bem: Permite que despesas com P&D em áreas como eficiência energética, economia circular e redução de emissões sejam deduzidas do imposto de renda, transformando o investimento em sustentabilidade em benefício fiscal.
- Fundo Clima: Oferece recursos com custos atrativos para projetos de energias renováveis, mobilidade verde e indústria sustentável.
- BNDES Finem e Finame: Linhas de crédito voltadas para a redução do uso de recursos naturais e para a aquisição de máquinas e equipamentos mais eficientes e menos poluentes.
“A integração entre ESG e inovação cria um ciclo virtuoso. A estratégia ESG direciona a inovação para o que realmente importa, e a inovação gera as soluções para os desafios socioambientais. Vemos um aumento significativo na retenção de talentos, como mestres e doutores, em empresas que valorizam esse alinhamento, pois os profissionais sentem que seu trabalho tem um propósito maior”, avalia Brendo Ribas, sócio da Macke Consultoria.
O desafio da estruturação: traduzindo impacto em linguagem de fomento
O maior desafio para as empresas é traduzir suas estratégias de sustentabilidade em projetos estruturados, com métricas claras de impacto e alinhados aos critérios das agências de fomento. A avaliação de ESG no Brasil ainda é, em muitos casos, subjetiva e carece de uma padronização, o que torna a expertise na elaboração dos projetos um fator crítico de sucesso.
É nesse ponto que a parceria com uma consultoria especializada se torna fundamental. Com um histórico de R$ 2 bilhões movimentados para projetos de inovação em 2024, a Macke Consultoria possui a experiência necessária para conectar a agenda ESG de seus clientes às fontes de fomento mais adequadas. O trabalho consiste em identificar o potencial de impacto dos projetos, quantificá-lo e apresentá-lo de forma estratégica ao BNDES, Finep e outras instituições.
Em um cenário onde o capital busca propósito, as empresas que souberem demonstrar seu compromisso com a agenda ESG por meio de projetos de inovação bem estruturados não apenas garantirão o financiamento para seu crescimento, mas também se consolidarão como líderes de um futuro mais sustentável e próspero.