A inovação é o motor da competitividade, mas a jornada do conceito à comercialização de um novo produto ou tecnologia é complexa e exige capital intensivo. Para as empresas brasileiras, o acesso a recursos para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) é um desafio constante, mas o ecossistema de fomento no país oferece um leque diversificado de oportunidades. Fontes como o BNDES, a Finep, a EMBRAPII e a Lei do Bem são pilares essenciais para financiar a inovação. No entanto, a gestão de um portfólio que combina múltiplas fontes de fomento exige uma estruturação estratégica e uma governança robusta.

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A capacidade de navegar por diferentes editais, exigências e cronogramas é o que diferencia as empresas que conseguem alavancar seus projetos daquelas que perdem oportunidades valiosas. Estruturar um pipeline de projetos bem definido não é apenas uma questão de organização, mas uma necessidade estratégica para garantir o fluxo contínuo de recursos e a execução bem-sucedida da agenda de inovação.
Mapeando o Ecossistema de Fomento: BNDES, Finep, EMBRAPII e Lei do Bem
O primeiro passo para construir um pipeline eficaz é compreender as principais fontes de fomento disponíveis e suas particularidades:
- BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): Oferece linhas de crédito com condições atrativas para projetos de expansão, modernização e inovação. Seus financiamentos são caracterizados por taxas de juros mais baixas e prazos de pagamento estendidos, ideais para projetos de maior maturidade tecnológica e que demandam investimentos em CAPEX.
- Finep (Financiadora de Estudos e Projetos): Atua em toda a cadeia da inovação, desde a pesquisa básica até o desenvolvimento de produtos e processos. Oferece recursos reembolsáveis e não reembolsáveis (subvenção econômica), sendo um parceiro crucial para projetos de maior risco tecnológico. Programas como o Finep Mais Inovação são fundamentais para o ecossistema.
- EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial): Opera em um modelo de cofinanciamento, conectando empresas a uma rede de Unidades EMBRAPII (centros de pesquisa de excelência). A EMBRAPII aporta recursos não reembolsáveis em projetos contratados entre empresas e essas unidades, agilizando o desenvolvimento tecnológico e reduzindo custos.
- Lei do Bem (Lei nº 11.196/05): É o principal incentivo fiscal à inovação do país. Permite que empresas no regime de Lucro Real deduzam do IRPJ e da CSLL uma parcela significativa dos dispêndios com P&D. Por ser um incentivo automático, oferece previsibilidade e um fluxo de caixa contínuo para reinvestimento em inovação.
“A diversidade de fontes de fomento é uma grande vantagem para as empresas brasileiras, mas também um desafio de gestão. Cada fonte tem suas regras, seus focos e seus tempos. Uma estruturação de pipeline bem-feita permite que a empresa combine diferentes tipos de apoio para um mesmo projeto ou para um portfólio, otimizando a estrutura de capital e maximizando o retorno sobre o investimento. Na Macke Consultoria, ajudamos nossos clientes a desenhar essa arquitetura financeira da inovação”, explica Brendo Ribas, sócio da Macke Consultoria.
Construindo um Pipeline de Projetos Robusto e Flexível
Com o mapa das fontes de fomento em mãos, a empresa pode começar a estruturar seu pipeline. Isso envolve três etapas principais:
1. Alinhamento Estratégico e Priorização: O pipeline de projetos deve estar diretamente alinhado à estratégia de negócios da empresa. É preciso definir os temas prioritários para a inovação e avaliar os projetos candidatos com base em critérios como potencial de mercado, risco tecnológico e alinhamento estratégico. Ferramentas como o funil de inovação e a matriz de portfólio são essenciais nessa fase.
2. Mapeamento de Aderência (Projeto vs. Fomento): Cada projeto deve ser analisado quanto à sua aderência às diferentes fontes de fomento. Um projeto em estágio inicial, de maior incerteza, pode ser mais adequado para a Finep ou EMBRAPII. Já um projeto de expansão de capacidade produtiva com tecnologia já validada pode se beneficiar de uma linha do BNDES. A Lei do Bem, por sua vez, pode ser utilizada de forma transversal em todos os projetos de P&D.
3. Governança e Gestão Contínua: Um pipeline de projetos não é estático. É preciso ter uma governança clara, com um comitê de inovação ou um PMO (Project Management Office) responsável por monitorar o andamento dos projetos, reavaliar prioridades e buscar novas oportunidades de fomento. A gestão contínua garante que o pipeline permaneça vivo e alinhado às mudanças do mercado e da estratégia da empresa.
“Muitas empresas tratam a captação de recursos como uma atividade pontual, quando na verdade deveria ser um processo contínuo. Um pipeline bem estruturado permite que a empresa tenha sempre ‘cartas na manga’, ou seja, projetos prontos para serem submetidos a novos editais que surgem. Isso aumenta exponencialmente as chances de sucesso na captação e garante a sustentabilidade financeira da estratégia de inovação”, destaca Rosana Nishi, sócia da Macke Consultoria.
O Papel da Parceria Estratégica
Estruturar e gerir um pipeline de projetos para múltiplas fontes de fomento é uma tarefa complexa que exige conhecimento técnico, experiência e dedicação. Contar com um parceiro estratégico como a Macke Consultoria pode ser o diferencial para o sucesso.
Com 15 anos de mercado e mais de R$ 2 bilhões movimentados para projetos de inovação em 2024, a Macke possui a expertise necessária para apoiar as empresas em todas as etapas do processo: desde a concepção do projeto e a identificação da melhor fonte de fomento até a elaboração da proposta e a prestação de contas. Nosso objetivo é transformar boas ideias em projetos bem-sucedidos, impulsionando a competitividade da indústria nacional.