Com a meta de investir R$ 300 bilhões até 2026 na reindustrialização do país, o BNDES já aprovou, até junho de 2025, R$ 220 bilhões em financiamentos no âmbito da Nova Indústria Brasil (NIB). O montante representa 73,3% do total previsto e sinaliza um novo ciclo de protagonismo da política industrial brasileira, com forte ênfase em inovação, digitalização, sustentabilidade e produtividade.
Os recursos estão sendo operacionalizados principalmente por meio do Plano Mais Produção (P+P), lançado como instrumento central da NIB. A estratégia do P+P vai além da simples ampliação do crédito: busca integrar diferentes eixos de transformação estrutural da indústria nacional, em sintonia com os desafios globais — como transição energética, digitalização de processos e soberania tecnológica.
A inovação retorna ao centro da política de desenvolvimento
O principal destaque da atual fase de financiamento do BNDES está no volume destinado à inovação. Entre janeiro de 2023 e junho de 2025, o banco aprovou R$ 21,9 bilhões para projetos inovadores. O valor supera toda a soma dos oito anos anteriores (R$ 17,7 bilhões) e representa um aumento de 185% em relação ao período de 2019 a 2022, quando o total aprovado foi de R$ 7,1 bilhões.
Esses números não apenas sinalizam a retomada do investimento público em inovação, mas consolidam o papel do BNDES como um indutor estratégico de tecnologias nacionais, num momento em que inteligência artificial, biotecnologia, mobilidade elétrica e descarbonização estão moldando as novas cadeias produtivas globais.
Saúde, biocombustíveis e armazenagem ampliam participação
Além da inovação, áreas críticas como saúde e transição energética também se destacam nas aprovações. O setor de saúde alcançou em 2024 seu maior volume histórico de financiamentos, com R$ 4,8 bilhões aprovados — totalizando R$ 6,9 bilhões desde 2023, com expressiva presença de projetos voltados ao desenvolvimento de fármacos e insumos estratégicos. Trata-se de uma resposta concreta à necessidade de fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde e reduzir vulnerabilidades do país nesse segmento.
No campo ambiental, os projetos voltados a biocombustíveis receberam R$ 7,7 bilhões em aprovações, impulsionados pela reativação do Novo Fundo Clima. O resultado supera os R$ 6,8 bilhões acumulados nos oito anos anteriores, refletindo o alinhamento da política de crédito com as metas brasileiras de descarbonização e transição energética.
No setor agroindustrial, o BNDES aprovou R$ 5,8 bilhões no Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), entre janeiro de 2023 e maio de 2025. O volume representa crescimento de 29% sobre o ciclo anterior, indicando avanço na infraestrutura de armazenagem como parte da estratégia de eficiência logística e redução de perdas no pós-colheita.
Oportunidade concreta para empresas com visão estratégica
O atual ciclo de crédito liderado pelo BNDES oferece uma oportunidade real para empresas que desejam alinhar sua expansão à nova política industrial do país. O acesso aos recursos, no entanto, exige mais do que boas ideias: requer projetos estruturados, aderência aos critérios técnicos e estratégicos da política pública e capacidade de articulação entre inovação, viabilidade econômica e impacto.
Na Macke Consultoria, temos acompanhado de perto a dinâmica desses programas, assessorando empresas na estruturação de projetos complexos e no enquadramento técnico junto aos principais instrumentos de fomento. Atuamos com foco na materialização de estratégias empresariais por meio de incentivos públicos, com solidez técnica, governança e visão de longo prazo.
Se sua empresa planeja investir em inovação, digitalização, sustentabilidade ou infraestrutura produtiva até 2026, este é o momento ideal para estruturar sua proposta com segurança e competitividade.