Bioeconomia em foco: cooperação Brasil-Suécia e a Nova Indústria Brasil criam cenário ideal para inovação

Aprofundamento da parceria estratégica entre os países, alinhado às diretrizes da Nova Indústria Brasil, abre uma janela de oportunidade para empresas que investem em P&D, com forte apoio de linhas de fomento como Finep e BNDES.

Em um movimento que sinaliza a crescente importância da bioeconomia na agenda global, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Brasil e os Institutos de Pesquisa da Suécia (RISE) fortaleceram sua colaboração estratégica com a realização do 4º Webinário da Cooperação Brasil-Suécia. O evento, focado em “Nutrindo Inovação: Cultivando a Bioeconomia do Futuro”, reuniu um ecossistema robusto de universidades, centros de pesquisa e gigantes industriais de ambos os países, como o CNPEM, Senai Cimatec, Stora Enso e Lixea, para debater avanços em biomateriais, bioprodutos e bioenergia.

Essa iniciativa não é um fato isolado, mas sim um passo concreto dentro de uma parceria de longa data, a Sweden Brazil Innovation Initiative (SBII), que desde 2009 fomenta a co-criação de tecnologia em áreas estratégicas. O foco renovado na bioeconomia se alinha perfeitamente ao gigantesco potencial brasileiro e às novas diretrizes do governo. Um estudo recente da ICC Brasil estima que a bioeconomia do conhecimento pode gerar entre US$ 100 bilhões e US$ 140 bilhões anuais para o Brasil até 2032, um valor que reflete a combinação única de vasta biodiversidade, uma base científica consolidada e uma matriz energética predominantemente limpa.

A Nova Indústria Brasil e o Fomento à Bioeconomia

O timing da cooperação é estratégico. O Brasil está implementando a Nova Indústria Brasil (NIB), uma ambiciosa política de neoindustrialização que visa, entre seus seis eixos principais, impulsionar a “bioeconomia, descarbonização e transição energética”. A NIB não é apenas uma carta de intenções; ela mobiliza instrumentos financeiros e de regulação para adensar cadeias produtivas e estimular a inovação em setores de alto valor agregado. É neste contexto que a parceria com a Suécia, um país líder em tecnologia e sustentabilidade, ganha uma dimensão ainda mais relevante, facilitando a transferência de conhecimento e a abertura de novos mercados.

Contudo, o caminho para realizar esse potencial bilionário possui desafios. O mesmo estudo da ICC Brasil aponta que menos de 10% da flora brasileira foi mapeada geneticamente e o país ainda ocupa uma posição modesta em eficiência de inovação. Para superar esses “vales da morte” — a distância entre a pesquisa acadêmica e o produto no mercado — são necessários investimentos estimados em US$ 15,7 bilhões na próxima década. É aqui que entram os principais agentes de fomento do país, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, alinhados à NIB, oferecem condições atrativas de crédito e subvenção para projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D).

O Papel da Consultoria Estratégica na Captação de Recursos

Navegar neste cenário complexo de políticas públicas, parcerias internacionais e linhas de fomento exige conhecimento especializado. Empresas com projetos inovadores precisam estruturá-los de forma a atender aos critérios técnicos e estratégicos exigidos pelos agentes financeiros. É essa a expertise de consultorias como a Macke Consultoria, que atua há 15 anos como uma ponte entre o setor produtivo e as oportunidades de capital para inovação. Com um recorde de R$ 2 bilhões movimentados em 2024, a empresa de Curitiba tem um profundo conhecimento na estruturação de projetos para o BNDES, Finep e para a utilização dos incentivos fiscais da Lei do Bem.

André Maieski, sócio da Macke Consultoria, destaca o alinhamento dos eventos. “A cooperação Brasil-Suécia, somada à clareza de propósito da Nova Indústria Brasil, cria um ambiente de previsibilidade e oportunidade sem precedentes. Vemos um interesse crescente de empresas dos setores de agronegócio, químico, de alimentos e energia em desenvolver projetos em bioeconomia. Nosso trabalho é traduzir esse potencial inovador em um plano de investimento sólido e financiável, que maximize o retorno e minimize os riscos para o empresário.”

Brendo Ribas, também especialista da Macke, reforça a visão. “Muitas vezes, a tecnologia já existe ou está em desenvolvimento dentro da empresa, mas falta o capital para escalar. As linhas de fomento atuais, com taxas de juros subsidiadas e prazos longos, são a ferramenta mais inteligente para financiar a inovação sem comprometer o fluxo de caixa. A bioeconomia, em particular, é uma área prioritária para o governo, o que torna os projetos nesse campo especialmente atrativos para a obtenção de recursos.”

O fortalecimento dos laços entre Brasil e Suécia é, portanto, mais do que uma notícia diplomática. É um indicador de mercado que, combinado com uma política industrial robusta e a disponibilidade de capital de fomento, desenha um futuro promissor. Para as empresas brasileiras, o momento de investir na transformação de sua base produtiva, apostando na sustentabilidade e na inovação, é agora. E contar com um parceiro estratégico para viabilizar esses investimentos pode ser o diferencial entre ter um bom projeto e liderar a próxima geração da economia brasileira.

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